08/01/2009

Swing

Estava para aqui com vontade de escrever mas sem saber o quê. Vá-se lá saber porquê lembrei-me de sexo...

Sempre gostei de sexo com mais do que duas pessoas, acho que por causa do convivio. No entanto existe hoje em dia uma moda que me irrita um bocado, a saber: O "swing".

Apesar de parecer uma incoerência, há alguns promenores que me levam a isso.

Começa pelo termo. Troca para mim sugere algo um bocado mercantilista do estilo: "A pila do meu é maior que a do teu por isso temos que arranjar aqui uma forma de eu não ficar perjudicada".

Por outro lado sugere pelo menos dois pares o que para mim é a pior combinação possível porque das duas uma: Ou alguém fica um bocado agarrado ou é mesmo uma troca simples. As trocas simples irritam-me. Parecem-me uma forma fraquinha de branquear o adultério. Se é para pormos os cornos uns aos outros então façamo-lo como deve ser, com peso na consciência e tudo.
Quando se começa a pensar: "Esta puta de merda veio-se toda com o gajo, mas eu também dei uma valente foda na mulher dele portanto tá tudo bem", alguma coisa está podre no reino.
O advento dos bares ou clubes de swing suscita-me alguns comentários. Faz-me lembrar os "bares de solteiros" mas onde se vai aos pares. Porque é que um casal de amigos não pode lá ir? Porque dá menos prazer? Não! Simplesmente porque assim já não é considerado uma troca uma vez que há alguém a comer a carne dos outros sem pôr a dele no assador, mesmo se a que ele leva é muito melhor. Compreendo que não se possa ir sozinho(a) porque isso ia causar disparidade, mas não é necessário pedir certidão de casamento. Faz-me lembrar os clubes de nudismo onde não se pode andar vestido mesmo que esteja um frio do caraças porque se vê a pila dos outros sem mostrar a sua.

Quem lá vai está, pelo menos à partida, predisposto. Isso muda tudo. A parte da tesão causada pela pressão de estar a "levar" alguém a fazer algo pouco habitual vai à vida.

há imensa gente que nunca na vida o faria se não fosse num ambiente "controlado". Isso leva a uma "democratização". Não concordo com certas democratizações. Uma delas lixou a "Praia do Meco" que era um autêntico paraíso na terra e hoje parece a "Costa da Caparica" (salvo as devidas proporções). A massificação leva normalmente a uma perda de qualidade.

Hoje em dia tornou-se moda. Quase se pode dizer que quem não o faça é "careta". Isso tira metade do gozo. Um amigo meu costuma dizer a respeito da homosexualidade: "Antigamente tolerava-se, hoje é bem, esperemos que não venha a ser obrigatório" . Não tenho nada contra isso mas o termo obrigatório causa-me urticária.

Não estou aqui a fazer o papel de moralizador. Nos últimos vinte e tal anos fiz e vi coisas que fariam corar uma boa parte dos "swingers de trazer por casa" que por aí andam. Acumulei amigos(as) do tempo em que isso era uma coisa para as pessoas com "andamento". É contra a banalização pelas razões erradas que aqui escrevo.

Não me dirijo a alguém em especial. Apenas áqueles(as) que não o fariam se não houvesse o espirito de troca.
O prazer puro e simples está um nível acima disso na "cadeia alimentar".

31/12/2008

Dupla...I


Com um relacionamento intenso e diferente, já me fui habituando a desafios, a novas sensações, a experiências distintas… a desinibir-me e despir-me de preconceitos, de ideias feitas… e a desabrochar a cada novo desafio.

“Tu és toda sexo…!” dizes-me… quero acreditar que sabes o que dizes, que me vês de fora, com uma clareza que eu não consigo ter… contigo deixo-me apenas sentir, sem premeditações, ao ritmo dos impulsos, das vontades, da tesão que me dás…

7 da tarde, acabada de sair do duche, seco o cabelo em frente ao espelho, o telemóvel vibra… mensagem…
“Dentro de 40 minutos no hotel”
respondo: Lá estarei

Continuo de volta do cabelo, fazendo contas ao tempo que preciso para me arranjar e chegar ao hotel… de novo mensagem…
“Teremos a Lua para um trio”

… assim, lacónico, sem mais… que cabrão!
…já tínhamos falado da hipótese, já tínhamos conversado a 3 no MSN, mas a oportunidade ainda não tinha surgido… agora dás-me meia hora para reagir… és mesmo cabrão!

…vibra de novo…
“Veremos qual chega primeiro”

Humm – respondo (ainda mais esta… tenho de me despachar)

“Hoje sou O Rei” ripostas

…serás, meu Príncipe, hoje serás um Rei…

28/12/2008

DP

Entre todas as especificidades que caracterizam as mulheres, uma boa parte das quais adoro, há uma que me fascina e na maior parte das vezes irrita, embora me tenha habituado a aceitá-la como parte de um todo que considero muito positivo.

Gosto de chamar-lhe “Dupla Personalidade”. Embora esta espécie de síndrome esteja presente um pouco por toda a parte, atinge com especial intensidade um determinado tipo de mulher: A Sonsa.

A “Sonsa” é caracterizada por padrões de comportamento muito concretos. Acha que uma mulher é como uma casa de banho pública – Se não está ocupada é porque está cheia de merda - . Isto leva-a a procurar relações “estáveis” embora não obrigatoriamente monogâmicas.

Declara-se completamente apaixonada pela sua “vítima” presente. Isso não a impede de começar à procura da próxima no dia seguinte se esta fugir, ou se por qualquer razão se tornar desinteressante. Consegue “reapaixonar-se em tempo recorde.

Tem uma noção de imagem pública apuradíssima. Isso leva-a a evitar comportamentos promíscuos – A não ser que tenha a certeza de que ninguém vai saber.

Sofre de uma amnésia selectiva que a leva a esquecer coisas específicas no dia seguinte. Normalmente com a ajuda de frases como: “estava tão bêbeda… não me lembro”.

Obviamente que esta síndrome manifesta-se na proporção inversa do raio de kilómetros do sítio onde vive, ou normalmente se movimenta, chegando a atingir a cura ou até comportamentos fundamentalistas de sentido inverso.

Existe muitas vezes uma personagem que serve como catalizador na vida da sonsa. “o amigo”. Normalmente alguém que não faz juízos de valor, o que dá imenso jeito já que para isso está lá ela, que é assumidamente promíscuo, portanto inelegível para “vítima”, e que seja “jeitosinho” a nível de sexo, uma vez que essa é a sua função catalítica. Há uma qualidade que ele tem de ter: Deve saber manter a boca fechada nas alturas certas e aberta nas outras.

Embora sirva para muitas outras coisas que fazem parte do estatuto, e que não vou desenvolver aqui, o amigo serve para atenuar a vulnerabilidade sexual da sonsa uma vez que anda mais ou menos calma. Isso permite manter a personagem “casta”, mesmo perante a “vítima”. É muito mais fácil “armar-se em difícil” depois de um jantar romântico se se passou o dia na praia com o amigo e se deu uma valente “cambalhota” ao fim da tarde exactamente antes da banhoca.

Quando não lhe apetece fazer mais nada, passa o tempo a criticar a personalidade promíscua do amigo e tenta provar-lhe que isso “não o leva a lado nenhum”.

Os avanços tecnológicos trouxeram-nos uma nova espécie: a “e-sonsa”. A Internet deu à sonsa a possibilidade de “desabafar”, procurar novas “vítimas” e estabelecer relacionamentos de uma forma absolutamente impune. Claro que normalmente a “vitima” é outro sonso (também os há) o que torna tudo muito mais interessante para quem observa.

Não me refiro aqui ás pessoas que assumem as coisas ou que simplesmente se estão nas tintas por acharem que os outros não têm nenhuma procuração para as julgarem. Convenientemente incluo-me nesse grupo.

Refiro-me a quem me disse que o meu outro blog era “sempre a mesma coisa, um pouco mais do mesmo” mas conhecia os posts todos e comentava em “anónimo”, a quem me disse que o pessoal da net não interessava a ninguém, o que me pôs a reflectir já que de todos os participantes na conversa eu era o único que estava naquele jantar a convite de alguém que não tinha conhecido no “Hi5”.

Claro que, a partir do momento em que começou a haver um relacionamento, as respectivas páginas foram convenientemente apagadas só ressuscitando no exacto dia em que este acabou.

Este texto é um cumprimento a todas as pessoas que conheço através da net, que procuro seleccionar com base nos critérios que enumerei. Para conhecer gente muito “certinha” mas que acha que desabrochar é “tirar da boca” já basta a vida.